Pobre garoto, não tinha esperanças nem sonhos,
só pequenos desejos não definidos
Pobre garoto... pobre garoto...
Sentou no chão frio da estação e chorou quente
Ninguém entendia o porquê,
mas seu coração estava quebrado em mil partes
Despeçado por um motivo desmotivado,
sem razão mas tão arrazoado,
seu coração batia num ritmo descompassado
Até então, nenhuma mão lhe tinha secado as lágrimas,
porque as lágrimas nunca tinham caído,
tinham ficado presas em algum lugar secreto da alma
Agora elas caíam. Caíam quentes como magma
Ardiam como sal em ferida. Doíam como nunca
Nenhuma mão estava lá
A estação parecia distante de sua dor
Cada homem e mulher ocupava-se consigo mesmo
Ninguém via ninguém de verdade
Mas ele continuava chorando,
e as pessoas continuavam passando,
e as lágrimas rolando,
e a dor aplacando
Por fim, levantou-se, seguiu
e o chão ficou com uma pequena poça
que logo foi limpada por alguém
que nem pensou no porquê
Mario Sergio