segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ode ao pum

Ele vem quietinho, não faz alarme
Você senta tranquilo, o fundo arde
Você sabe, em breve, o momento fatal
Se estiver numa fila, banco, cinema, hospital,
melhor segurar, o safadinho vai vir sem dó, sem pensar

Ele é um ninja assassino, derruba quatro, cinco meninos
Você conhece suas proezas, não o manifeste sentado à mesa
Você pensa em contê-lo, até se esforça, mas mantem o receio
Se ele for só o apito da locomotiva que vem em seguida,
melhor fechar a barragem, irmão

As moças recatadas dizem que não são seus partidários
Mentira, põem tudo pra fora atrás do armário
Os padres de batina fazem o ar se agitar durante as missas
Tire as velas de sete dias daí, vai nos matar, vai tudo explodir
Os soldados no fronte soltam tantos que ninguém sabe de onde vem o fuzil
Pow, pow, pow, pum, pum, pum, pow, pum, pow, pum, pow, pum

Me emociona lembrar quantos deles pus pra fora num bar
Me emociona dizer que mais vale mil puns sadios do que não fazer
Me emociona escrever sobre o escapamento sagrado
e, enquanto escrevo, solto um pum refinado, bem acabado

Mario Sergio

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