domingo, 24 de março de 2013

Bem enterrado

Deixe-me mergulhar nas suas covas
Melhor enterro não pode haver
Quero vê-la nos meus braços, senti-la nos meus braços
Quero lamber cada pedaço de você

Deixe-me ser coberto pela brancura que te é inerente
Envolva o seu corpo no meu, a sua alma na minha
Quero vê-la sorrir, quero vê-la se rir e até gargalhar
Esses lindos dentes... Bem aparelhados, por sinal

E a boca então? Doce algodão
Lábios de mel... Não os esqueço, chamo por eles nas noites vazias
Eu preciso!... cheirar o seu cabelo
Uma necessidade mais real que a própria respiração
Nem mesmo o oxigênio me faz tanta falta
Nem mesmo o ar mais puro, mais livre de poluição

Menina... Eu te espero. Veja só, é evidente
Quanto tempo? Nem eu sei
Alguns anos. Não. Décadas. Séculos...
Seja minha. Renda-se como um pássaro que se deixa engaiolar
Desde já, armo a minha arapuca
E anseio pelo estalo que me dirá: "Já estou pega!"

Mario Sergio

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