quinta-feira, 29 de março de 2012

Noite, tenha fim

Às vezes, a noite não é finita
Cada instante dura uma época inteira
E todas as lembranças que queimam caem do céu

Às vezes, os anjos do inferno saem a brincar
Trazem chicotes com pontas de diamante e não temem estalar
E eu choro como criança que não tem o que comer, o que beber, o que gritar

A dor é intensa quando não se vê o término da sentença proferida
A agonia é lancinante, um ácido forte derretendo todo restante de esperança no porvir
Não é um tipo de reclamação, é só constatação, juro... Eu juro

Queria sim certas flores neste meu jardim
Pensar que será sempre cinza assim dói demais, me põe num torpor tão, tão ruim...

Noite, tenha fim antes que a ceifeira venha enfim, venha a mim

Mario Sergio

Um comentário:

  1. Achei muito foda esse, Mario. Provavelmente o que eu mais gostei dos seus até agora.

    "Espera que o Sol já vem..."

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